Faraway

A estrela mais próxima que temos. Nos dá suporte e mantem a vida de todos os organismos neste planeta. (Tá é bem verdade que nem todos dependem dele para sobreviver, mas vamos esquecer a microbiologia moderna e biologia marinha. Apesar de ajudarem a me formar).
Sua luz demora 8 minutos para chegar até nós. Pessoas privadas da luz deste astro tendem a entrar em depressão profunda.

Após a chuva torrencial que assola o meu ser, os raios de sol atravessam as nuvens. Como um sopro de esperança e desfaz parte das nuvens. Assim pude ver através dela um imenso espaço azul celeste e vibrante. Minha alma se encheu de alegria quando pude ver algumas manchas brancas por elas; pássaros indo a direção do sul, migrando para lugares que lhe recebam e acalentem maternamente.

Repentinamente sinto então um pequeno sopro frio em minha face. Cada vez mais ele aumenta de intensidade, impedindo que eu olhe através dela...
Abaixo meus olhos até o horizonte e vejo mais nuvens negras vindo na nossa direção...
Mais uma vez o meu coração se enche de incertezas e a esperança fica diminuta...

Frente fria, umidade em excesso vinda do oceano. Calor escaldante de dia que resulta em chuvas ao final da tarde.
Desgraça para uns e esperança para outros...

Gotas de água das mais cristalina descem das mais negras nuvens e escorrem sobre o seu rosto. Cena bela, que (re) aquece o meu coração. Reaviva a minha memória, a época que nos conhecemos. Momento tão doce, exótico e revigorante, semelhante ao cheiro de terra molhada em um entardecer preguiçoso na serra.

Como uma chuva de verão, passou tão rápido que nem havia percebido. Infelizmente os raios de sol não transpassaram as negras nuvens. Restaram apenas escuridão e o cheiro de terra molhada.

"Li uma vez que você vive não sei quantas mil horas e pode resumir tudo de bom em apenas cinco minutos. O resto é apenas o dia-a-dia...”.

A vida é uma grande caixa que não é selada. Este desenho é de tal forma que não é fácil distinguir o que é você e o que é o meio em que você esta imerso.
Vive-se mais, mas cada vez mais sem qualidade. Aquela que faz a vida valer a pena.
Dançar na chuva com quem se ama, correr entre as árvores, ouvir o canto das aves deitado na grama, viajar para um outro lugar de vez enquanto (que inveja Vanessa, espero que faça o que lhe pedi e me conte depois) .

Aproveite a vida quando ainda é jovem, de fato ou de espírito...

Algo estranho este termo, mas gosto bastante dele. Quando criança sempre fitava o céu, principalmente à noite. Admirar algo inalcançável entre a fronteira da realidade, do sonho, do místico. Parte do sonho de todas as crianças da minha e de épocas anteriores. Algumas destas crianças cresceram, mas o sonho continuou os perseguir.

Outros alvos passaram a ser fitados. Alvos tão inalcançáveis quanto às estrelas, mas não menos belos quanto esses corpos que brilham incansavelmente no céu.
Esta procura deixou a inocência e alcançou outros campos, na ciência, nas artes, história, literatura, sem deixar o mesmo ideal para traz, com alguns com uma leve fragrância daquela inocência de outrora, onde seus olhos não deixam escapar.

Nem sempre esta procura é fácil, como a luz do Sol que de dia encobre as estrelas. Há sempre um problema que desvia a sua atenção, ocupa a sua mente. Alguém lhe rouba um pedaço de seus trabalhos, te ilude, destrói aquilo que para você era de mais importante, o mercado sufoca,...
Tudo isso faz parte do caminho a se percorrer, pois o Sol não parece mas também é uma estrela e só encobre as outras estrelas momentaneamente.

Ao final do caminho nem sempre é o fim de uma jornada. Como as estrelas, quando o seu poder se exaure, sua luz continua a percorrer por longas distâncias no tempo e espaço, iluminado alguns, que ainda estão em sua inocência.